Mais um dia se passou e ainda há tantos por vir, sinto como se cada gota de chuva lá fora fosse mais um ano sem te ver. Espero ansiosa pelo momento de, novamente, encontrar o teu sorriso, de me aquecer no teu abraço. Nada é mais triste que as risadas através da janela embaladas pela música romântica do barzinho ao lado de casa. Os motores que me fazem trepidar criam a vontade de correr ao teu encontro para dizer-te baixinho como o nosso amor é bonito. Apenas a lembrança do teu olhar me traz calma para esperar o amanhã e mais um dia começar, sem chorar, sentir o sol e sorrir sabendo o que é amar, o que é ser amada por um homem de verdade.
Uma banda mexicana chamada Maná, há poucos anos, lançou uma música chamada “Donde jugaran los niños?”, em que o tema refere-se a inocência que não existe mais. As crianças para construírem sua personalidade, se inspiram em exemplos próximos como a família, amigos da escola e figuras criadas, constantemente pela mídia, chamadas ‘heróis’. Se essas criações realmente existem não se sabe, mas elas estão em todos os lugares, a qualquer momento. Ao lermos os quadrinhos do tempo de nossos pais, observamos que os heróis são aqueles os quais utilizam cuecas por cima das calças, aqueles com superpoderes e amor à humanidade. Enquanto os pequeninos da década de 1970 preocupavam-se em brincar de voar, pulando das árvores no fundo do quintal de casa, os do século XXI continuam a voar, mas sem trabalhar a mente ou os músculos, assistindo fúteis heróis que se transformam em super máquinas ou jogando video games, trancados no 27º andar de um belo arranha céu espelhado no centro de uma metrópole.
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